
A rota marítima que interliga o Porto de Gaolan, na cidade chinesa de Zhuhai, aos portos brasileiros de Salvador e Santana, sem paradas intermediárias, foi inaugurada no dia 14 de abril. A cerimônia de lançamento contou a presença do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao; do secretário do Comitê Municipal de Zhuhai do Partido Comunista da China (PCCh), Chen Yong; e de diversas autoridades brasileiras, incluindo o secretário nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes Dias Batista; o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Daniel Almeida Filho; e o deputado Daniel Almeida, presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China.
A carga do primeiro embarque inclui produtos como eletrodomésticos da Gree Electric, fertilizantes orgânicos da Zhuhai Sino-Lac Supply Chain e módulos solares da ERA Solar, destinados às cidades brasileiras de Manaus, Belém e Santana.
Considerada um “corredor marítimo dourado” entre a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e o Brasil, a nova rota parte do Porto de Gaolan em Zhuhai, passa pelo Estreito de Malaca e o Cabo da Boa Esperança, chegando aos portos brasileiros de Santana e Salvador. A rota cobre áreas-chave da mineração e agricultura do Brasil, bem como o cinturão industrial do nordeste, com abrangência sobre os mercados emergentes da América do Sul. Está prevista, inicialmente, uma frequência bimestral. O trajeto será 30 dias mais curto do que as rotas tradicionais, reduzindo os custos logísticos em mais de 30%.
O embaixador Zhu Qingqiao destacou que China e Brasil, como os maiores países em desenvolvimento em seus respectivos hemisférios, são sempre defensores, praticantes e promotores da globalização econômica e do multilateralismo. Atualmente, em um momento de instabilidade global, a intensificação da solidariedade e cooperação entre China e Brasil, entre China e América Latina e outros países do Sul Global possui um significado estratégico mais proeminente. A abertura dessa rota marítima direta é um exemplo vivo que reflete o fortalecimento dos laços sino-brasileiros, a promoção da conectividade e o incentivo ao desenvolvimento conjunto.
O secretário nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes Dias Batista, classificou o canal como uma “rota da esperança” entre China e Brasil, que contribuirá para o desenvolvimento socioeconômico das regiões portuárias brasileiras e impulsionará ainda mais a cooperação comercial bilateral, destacando o papel positivo na promoção da globalização econômica em um contexto de turbulência no comércio internacional.
A nova rota marítima também proporcionará uma passagem logística mais estável e eficiente para a exportação de fertilizantes orgânicos e eletrodomésticos da China, reduzindo ainda mais custos de transporte e aumentando a resiliência e a competitividade das cadeias industriais e de suprimento regionais. Ao mesmo tempo, servirá como uma ponte mais conveniente para a entrada de mercadorias brasileiras de alta qualidade, como minério de ferro e produtos agrícolas, no mercado chinês, promovendo vigorosamente o comércio e o intercâmbio cultural entre os dois países.
“No futuro, utilizaremos o Porto de Gaolan como um entreposto avançado para transformar a Zona de Desenvolvimento Econômico de Zhuhai e a região amazônica do Brasil em uma base estratégica para fortalecer a cooperação econômica complementar entre as duas partes”, explicou o vice-diretor do Departamento de Transportes de Zhuhai, Huang Jianping. “Vamos ampliar positivamente as rotas marítimas e tornar a rede mais densa. Nosso objetivo é transformar o Porto de Gaolan no principal centro de distribuição para a entrada de produtos sul-americanos na China, aprofundando ainda mais as trocas econômicas e comerciais entre China e Brasil, bem como entre China e América Latina.