China está compartilhando o bônus do desenvolvimento com o mundo

2024-06-21

Em janeiro de 2017, o presidente da China, Xi Jinping, discursou na abertura da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Naquela altura, o mundo estava enfrentando uma série de questões econômicas, como a recessão constante do comércio internacional e de investimento, a elevação gradual de barreiras comerciais e reveses durante o processo de integração regional.

 

“Muitas questões que afligem o mundo não devem ser atribuídas à globalização econômica”, observou Xi Jinping em seu discurso. Ele analisou de forma profunda que as dificuldades enfrentadas pela economia mundial são motivadas por três contradições relevantes, incluindo a escassez da força motriz para o crescimento global, o atraso do sistema de governança da economia global e o desequilíbrio do desenvolvimento mundial. Diante disso, o líder chinês propôs criar um modelo de crescimento cheio de dinamismo, de cooperação com abertura e ganha-ganha, de governança justa e razoável e de desenvolvimento equilibrado e benéfico para todos.

 

A materialização do crescimento dinâmico é inerente à inovação verde. A usina de energia eólica em Thrace, no norte da Grécia, integra a vantagem financeira da China e a especialidade da Grécia no planejamento e desenvolvimento do projeto. O volume anual de geração de eletricidade da infraestrutura pode chegar a 160 milhões de quilowatts por hora, atendendo às demandas de energia de 30 mil famílias gregas e reduzindo 150 mil toneladas de emissão de carbono. No dia 20 de novembro de 2021, o projeto sino-francês de energia eólica no mar em Dongtai, cidade litorânea da província de Jiangsu, leste da China, iniciou a geração eólica conectada à rede elétrica. Este foi o primeiro projeto eólico com o capital chinês e estrangeiro. A sua capacidade instalada totaliza 500 mil quilowatts e o volume anual de geração de eletricidade pode atingir 1,39 bilhão de quilowatts por hora, que é capaz de abastecer 2 milhões de moradores por ano. A redução da emissão de carbono pode atingir 937,5 mil toneladas.

 

A cooperação aberta e de ganha-ganha necessita ações conjuntas. No dia 26 de março de 2024, o navio refrigerado Kowhai transportou mais de 2,1 mil toneladas de kiwis da Nova Zelândia para o porto de Shanghai, no leste da China, para os consumidores chineses. A China é a maior compradora da Zespri, principal vendedora da fruta no mundo. A previsão do governo chinês é que a importação de frutas para o mercado nacional em 2024 deverá alcançar 1,4 bilhão. Isso significa um kiwi por pessoa no país. A China, a Nova Zelândia e outras 13 nações formam a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP), que é uma zona de livre comércio, juntas somam a maior população, o maior tamanho econômico e comercial e o maior potencial de desenvolvimento do mundo. De acordo com o Instituto Peterson para Economia Internacional dos Estados Unidos, até 2030, é esperado que o valor de exportação dos membros da RCEP tenha um aumento líquido de US$ 519 bilhões e a renda per capita da população registre um acréscimo líquido de US$ 186 bilhões.

 

Assim como a RCEP, o trem de carga China-Europa também testemunha a cooperação ganha-ganha entre os países do Cinturão e Rota. Até maio de 2024, a rota registrou 90 mil viagens, transportando mais de US$ 380 bilhões em mercadorias e passando por 223 cidades europeias.     

 

O trem de carga China-Europa é um projeto simbólico do Cinturão e Rota. A iniciativa persiste nos princípios de “consulta, construção e compartilhamento conjunto” e estabelece um novo quadro de parceria internacional. Uma avaliação da Iniciativa Cinturão e Rota, divulgada por um instituo acadêmico estadunidense, aferiu positivamente o projeto pelo seu apoio à interconectividade nas áreas comercial, financeira e de intercâmbios. O Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), fundado em conjunto pela China e pelos países participantes da iniciativa, tem o objetivo de se tornar uma plataforma importante de financiamento para a construção conjunta e de alta qualidade do Cinturão e Rota. Até outubro de 2023, o AIIB aprovou um total de 236 projetos e o valor total de financiamentos aprovados ultrapassou US$ 45 bilhões, o que beneficiou 36 estados membros. 

 

O aperfeiçoamento de infraestruturas impulsiona a governança econômica global a seguir um caminho mais justo e razoável, o que traz maior oportunidade de desenvolvimento para os países em desenvolvimento. Em Campala, capital de Uganda, a loja UHome vende eletrodomésticos, como televisão, geladeiras e máquinas inteligentes de limpeza. A maioria dos seus produtos são provenientes do Parque Industrial Mbale, que fica a 200 quilômetros de Campala, cujo investimento e administração são de uma empresa privada chinesa. Ele já atraiu mais de 40 companhias, que criaram mais de cinco mil vagas de trabalho. O parque industrial conta ainda com uma base de formação de habilidades profissionais, que serve aos trabalhadores locais, e abrange áreas como ajuste, automação elétrica e usinagem CNC.

 

O ministro do Comércio, Indústria e Cooperativas de Uganda, David Bahati, afirmou que os parques industriais com investimento chinês visam desenvolver o setor manufatureiro, o que corresponde ao objetivo da Agenda 2063 da União Africana (UA). “Desejo que esses parques industriais possam produzir mais marcas locais da África, fazendo com que a “produção africana” se torne conhecida pelo mundo”, finalizou ele.

 

Rádio Internacional da China

 

NOTÍCIAS RELACIONADAS