Na cúpula do G20, Xi pede um sistema de governança global justo e equitativo

2024-11-22

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu um sistema de governança global justo e equitativo ao discursar na II Sessão da 19ª Cúpula do G20 sobre a Reforma das Instituições da Governança Global.

 

Notando que faz 16 anos desde que a Cúpula do G20 foi lançada, Xi disse que neste novo ponto de partida, o G20 deve dar continuidade às suas realizações no passado e segue atuando como uma força para melhorar a governança global e levar a história adiante.

 

É importante ter em mente que a humanidade vive em uma comunidade com futuro compartilhado, disse Xi, acrescentando que os membros do G20 devem ver o desenvolvimento de outros como oportunidades em vez de desafios, e considerar outros como parceiros em vez de rivais.

 

Também é importante observar as normas básicas das relações internacionais que se baseiam na Carta das Nações Unidas, e salvaguardar a ordem internacional alicerçada no direito internacional, disse ele.

 

Um maior consenso internacional poderia ser construído para promover um mundo multipolar equitativo e ordenado e uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva, acrescentou.

 

O presidente chinês fez uma proposta de cinco pontos para melhorar a governança global.

 

Primeiro, o G20 precisa melhorar a governança econômica global e formar uma economia mundial caraterizada pela cooperação. O G20 deve se dedicar ao fortalecimento das parcerias econômicas globais, reforçar a coordenação das políticas macroeconômicas, cultivar forças produtivas de nova qualidade, criar um lastro para a coordenação das políticas macroeconômicas e fomentar um ambiente aberto, inclusivo e não discriminatório para a cooperação econômica internacional.

 

Também é importante criar um ambiente de negócios limpo, através de manter tolerância zero à corrupção e reforçar a cooperação internacional na repatriação dos fugitivos e recuperação de ativos.

 

Segundo, o G20 precisa melhorar a governança financeira global e formar uma economia mundial caraterizada pela estabilidade. A voz e a representação dos países em desenvolvimento devem ser aumentados, e necessitam-se dos esforços conjuntos para salvaguardar a estabilidade do mercado financeiro internacional e prevenir os efeitos de contágio dos reajustes das políticas monetárias domésticas. Os países desenvolvidos devem cumprir a sua responsabilidade a esse respeito.

 

É importante aprimorar os sistemas de monitoramento, de alerta precoce e de tratamento para os riscos financeiros, fortalecer a rede de segurança financeira global para melhor satisfazer as demandas por financiamento verde dos países em desenvolvimento.

 

Terceiro, o G20 precisa melhorar a governança comercial global e formar uma economia mundial caraterizada pela abertura. O G20 deve promover ainda mais a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), se opor ao protecionismo, evitar a politização dos assuntos econômicos, a fragmentação do mercado global e a adoção de medidas protecionistas usando como pretexto o desenvolvimento verde e de baixo carbono.

 

O bloco deve trabalhar juntos para construir parcerias de cadeia industrial e de suprimentos que são mais equitativas, inclusivas e construtivas.

 

Quarto, o G20 deve melhorar a governança digital global e formar uma economia mundial caraterizada pela inovação. É importante desempenhar um papel de liderança na transição digital, a profunda integração da economia digital e economia real e formulação de regras em áreas emergentes.

 

Deve ser fortalecido a governança e a cooperação internacional da inteligência artificial (IA), para garantir que a IA seja utilizada para o bem e para todos. A China sediará uma outra Conferência Mundial da IA em 2025 e dá boas-vindas à participação de todos os membros do G20.

 

Quinto, o G20 deve melhorar a governança ecológica global e formar uma economia mundial caraterizada pela eco-amigabilidade. É importante honrar o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas e implementar plena e efetivamente o Acordo de Paris e o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal.

 

Os países desenvolvidos devem fornecer aos países em desenvolvimento apoios necessários em termos de capital, tecnologias e construção de capacidade. Necessitam-se de apoiar juntos as conferências das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas e desertificação, que estão em curso ou terá lugar já, a alcançar resultados positivos.

 

É importante seguir a abordagem de "estabelecer o novo antes de abolir o antigo", substituir a energia tradicional com energia limpa de maneira estável e ordenada, já que a transição verde e de baixo carbono da economia mundial esteja acelerada.

 

A China está disposta a continuar aprofundando a cooperação internacional com todas as partes em áreas como infraestrutura verde, energia verde, mineração verde e transporte verde, e oferecerá apoio aos países em desenvolvimento com o máximo que dentro das suas capacidades.

 

A governança da segurança global é uma parte integrante da governança global, disse Xi, acrescentando que o G20 deve apoiar as Nações Unidas e o seu Conselho de Segurança a desempenhar um papel maior, e apoiar todos os esforços conducentes à solução pacífica de crises.

 

É importante buscar uma solução política para a crise na Ucrânia e trabalhar para parar os combates e acabar com o conflito em Gaza o mais rápido possível, e fornecer apoio para aliviar a crise humanitária na região e para a reconstrução pós-guerra, disse ele.

 

É importante implementar a solução de dois Estados e restaurar os direitos nacionais legítimos da Palestina, acrescentou.

 

O G20 precisa permanecer comprometido com sua missão fundadora e começar de novo no Rio de Janeiro, levar adiante a parceria, praticar o verdadeiro multilateralismo e inaugurar um futuro melhor de desenvolvimento e prosperidade comuns, disse Xi.

 

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva presidiu a reunião.

 

A Declaração de Líderes do Rio de Janeiro do G20 foi adotada na cúpula.

 

XINHUA

NOTÍCIAS RELACIONADAS