Parcerias diversificadas entre universidades chinesas e brasileiras promovem desenvolvimento cooperado Sul-Sul

2024-12-11

O recém-assinado Memorando de Entendimento entre a Universidade Tsinghua e a Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre o Programa de Resposta da Juventude Latino-Americana e Chinesa a Desafios Globais ressalta a importância das cooperações juvenis na construção de um mundo justo e de desenvolvimento sustentável.

 

Por mais de uma década, jovens de universidades chinesas e brasileiras têm mantido cooperações de formas diversificadas na busca de soluções práticas e especializadas, visando combater a pobreza e promover o desenvolvimento ecológico.

 

COOPERAÇÃO EM PESQUISA IMPULSIONA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

 

No Laboratório Conjunto China-América Latina para Energia Limpa e Mudança Climática, estabelecido em 2015 na Universidade Tsinghua, da China, o professor Liu Dehua, também diretor do laboratório, apresentou uma tecnologia de produção de biodiesel por via enzimática. "Todos os tipos de óleo e gorduras residuais, como óleo de esgoto e de palma, podem ser usados", disse ele.

 

A tecnologia já foi introduzida no Brasil e eleva notavelmente a eficiência de produção energética de fábricas. Em 2019, o projeto foi registrado como um caso típico de cooperação Sul-Sul em bioeconomia pelo Escritório das Nações Unidas para Cooperação Sul-Sul (UNOSSC).

 

A China promove o conceito de que águas limpas e montanhas verdes são tão valiosas como montes de ouro e prata, o qual elucida a relação dialética entre o ambiente ecológico e o desenvolvimento econômico.

 

"Estima-se que, no próximo ano, a tecnologia possa ser aplicada industrialmente no Brasil", observou Liu. "Enquanto isso, fábricas da Colômbia e Cuba também estão se comunicando conosco. Esperamos promover essa tecnologia em mais países da América Latina".

 

COMPETIÇÃO DE PROJETOS INSPIRA CRIATIVIDADE PARA REDUÇÃO DA POBREZA

 

De agosto a setembro deste ano, a rodada final da "Competição Estudantil América Latina e China 2024: Projetos para a Redução da Pobreza", co-organizada pela Universidade Tsinghua da China, pela Pontifícia Universidade Católica do Chile e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro do Brasil, foi realizada no Brasil e Chile.

 

Com foco na redução da pobreza sob várias perspectivas, como uso de energia geotérmica, treinamento profissional, melhoria da saúde da população, etc., as equipes finalistas levantaram diversas propostas e puderam debater com especialistas a viabilidade prática dos projetos.

 

Gu Tongqun, estudante de gestão de engenharia da Universidade Tsinghua, apresentou a proposta do seu grupo, que projetou um programa de aprimoramento de habilidades vocacionais.

 

"A educação profissionalizante é de grande importância para a redução global da pobreza, em que a China acumulou muitas experiências", indicou Gu. "Constatamos que o Brasil enfrenta problemas semelhantes. Por isso, exploramos como introduzir o modelo de educação vocacional no Brasil, ajudando os jovens brasileiros a se adaptarem melhor às necessidades do mercado de trabalho".

 

INSTITUCIONALIZAÇÃO DA PARCERIA OFICIALIZA INTERCÂMBIOS E COOPERAÇÕES

 

Em novembro, a Universidade Tsinghua e a Universidade Federal do Rio de Janeiro assinaram o memorando Programa Juvenil China-América Latina sobre Desafios Globais, que institucionaliza as cooperações entre jovens da China e da América Latina para a redução da pobreza.

 

De acordo com a Universidade Tsinghua, os dois lados decidiram estimular estudantes a aproveitar suas especialidades para explorar soluções de redução de pobreza e desenvolvimento sustentável, por meio de currículos interdisciplinares e interculturais, projeto de pesquisa conjunta, competições de design de propostas, etc.

 

Segundo Gu, as cooperações internacionais para redução de pobreza e desenvolvimento são de longo prazo e duradouro. "Os programas serão afetados por política, economia, leis, costumes e outros aspectos locais e, por isso, precisam ser promovidos passo a passo", observou.

 

XINHUA

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